Sal Rei, 03 Jun (Inforpress) – A Delegação do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) na Boa Vista alerta sobre a vulnerabilidade de crianças a circular nas ruas sem nenhum tipo de protecção e segurança sanitária por causa da covid-19.
O alerta é do delegado do ICCA na Boa Vista, Odailson Freitas, em declarações à imprensa, para falar sobre o programa de actividades em agenda para Junho, mês da criança.
Neste sentido, perante esta constatação, aquele responsável avançou que durante as actividades a instituição pretende reforçar acções de sensibilização para chamar a atenção aos pais a instruir os seus filhos, e mesmo abordar os mais pequenos sobre a prevenção mostrando-os a importância da higienização das mãos e uso de máscaras.
“A situação realmente é delicada e percebemos que mesmo os próprios adultos não têm cumprido as medidas de segurança. Temos percebido alguma vulnerabilidade em termos de crianças na rua a circular sem nenhum tipo de prevenção”, afirmou.
Entretanto, Odailson Freitas sublinhou que há que ser realista sobre as condições económicas de algumas famílias que não conseguem comprar todos os dias máscaras para os filhos levarem à escola, sendo que inclusive recomenda-se ter sempre um suplente na bolsa.
Mas o mesmo enfatizou que o papel da instituição é sempre alertar sobre a importância de seguir as regras e normas de prevenção à covi-19.
Quando instado sobre casos de abuso sexual e violação na ilha da Boa Vista, Odailson Freitas admitiu que tem surgido alguns casos, mas esclareceu que vêm sendo investigados e acompanhados desde o ano passado.
Assim sendo, explicou que quando se depara com casos de abuso sexual o ICCA faz sessões de acompanhamento psicológico à criança e orienta a família enquanto que automaticamente decorre o processo que é encaminhado para o Ministério Público que dá seguimento ao caso.
Quanto à gravidez precoce, informou que pontualmente no ano passado tiveram conhecimento de alguns casos. Por isso, frisou que a instituição tem reforçado a sensibilização para que se tenha adolescentes prevenidos e instruídos.
Isto porque, explicou, em muitas situações há falta de informação ou mesmo “negligência de pais” e ausência de conversas sobre sexualidade no seio familiar.
Sobre o programa de actividades do ICCA na Boa Vista, o delegado avançou ainda que além de sessões de sensibilização nas escolas sobre prevenção à covid-19 e gravidez precoce, haverá psicólogas para falar com os mirins sobre o abuso e exploração sexual de crianças e o trabalho infantil, de forma a instruí-los sobre como estarem alertas e auto-preparados e prevenidos sobre estas situações.
“Desejamos um feliz mês a todas as crianças da Boa Vista cheio de actividades, de acordo com as medidas de covid-19”, disse, alertando aos pais para a necessidade de estarem mais cientes dos seus deveres e obrigações, atentos para poderem orientar as crianças.
Isto porque, na sua óptica, se houver crianças mais preparadas e instruídas pode-se evitar casos e situações de violação de direito, para que no futuro haja crianças cada vez mais saudáveis e serem melhores adultos.
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