Cidade da Praia, 26 Mai (Inforpress) – A Associação do Grupo Carnavalesco Vindos d’África promove uma série de actividades culturais, religiosas e desportivas a partir deste sábado, para comemorar o 69º aniversário do Bairro Craveiro Lopes que se assinala no domingo.
Segundo informações avançadas à Inforpress pelo responsável deste grupo carnavalesco originário desta localidade, José Gomes “Breu”, as actividades arrancam no sábado com a realização de um torneio de futsal, envolvendo a população residente, no polidesportivo local ao qual se segue à noite um “concerto intimista”, nas antigas instalações do Centro de Saúde.
O “concerto intimista” foi uma forma encontrada pela organização para homenagear o carismático vocalista do agrupamento musical Bulimundo, Zé Mário, falecido recentemente na cidade da Praia, numa altura que liderava o projecto “Zé Mário & Banda” e que pretendia marcar os 40 anos da sua carreira musical com este concerto no mesmo local.
Para domingo, 28, vai haver uma missa no Centro Paroquial Imaculada Conceição às 11:00, para as 14:00 a praça central do Bairro Craveiro Lopes tornar-se palco de uma animação musical e convívio.
O Bairro Craveiro Lopes foi inaugurado a 28 de Maio de 1954 pelo então presidente de Portugal, o marechal Francisco Higino Craveiro Lopes, o 12º presidente da República Portuguesa, entre 1951 e 1958, na sequência do desastre da assistência, em 1949, que vitimou mortalmente 232 pessoas.
Referenciado como a primeira zona urbanizada da capital, logo a seguir ao Platô, o Bairro Craveiro Lopes foi edificado de raiz, totalmente urbanizado com ruas calcetadas, casas alinhavadas e electrificadas, com duas praças, uma escola primária, uma capela, munida de catavento, um posto sanitário, um fontanário, um jardim/floresta ambiental totalmente equipada e balneário municipal, de entre outras infra-estruturas.
Um “majestoso monumento” que outrora se afigurava como a sua imagem de marca e parte importante da história de Cabo Verde foi o seu maior património destruído pelas autoridades de então, depois da independência nacional, durante o período partido único, assim como a sua tradicional floresta ambiental, o que provocou algumas tensões entre os moradores e a classe política dessa época.
A localidade beneficiou em tempos da transformação de uma placa desportiva num polidesportivo coberto, fruto de uma parceria público/privada e viu o seu antigo cinema transformado em um centro paroquial.
A localidade foi dotada nos últimos tempos de obras de requalificação, há muito reclamadas pelos moradores, que culminaram com a modificação de todo o calcetado para asfaltagem, renovação de candeeiros eléctricos, bancos de praças e jardins e construção da rua pedonal.
Com a construção do Centro de Saúde de Achadinha, entretanto desactivado face à insegurança da estrutura, a localidade acabou por ficar desprovida dos serviços de saúde, já que o emblemático edifício do Posto Sanitário se encontra há muito cerrado.
SR/CP
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