Cidade da Praia, 21 Mar (Inforpress) – As associações que cuidam do bem-estar das pessoas com Síndrome de Down criticam o sistema de inclusão, participação e visibilidade ressaltando ainda a necessidade de se ter “uma nova visão para com as pessoas com síndrome de Down”.
Essas críticas surgem no âmbito da comemoração do Dia Internacional da Síndrome de Down, que se celebra hoje, 21 de Março, e cujo objectivo primordial da celebração é dar continuidade à divulgação de mensagens e sensibilização para a melhoria das políticas públicas com relação aos direitos das pessoas com deficiência.
A data, que se assinala sob o lema “Posso ter uma deficiência, mas sou um ser humano, não me rotule”, é, segundo a presidente da Colmeia, uma forma de proporcionar maior visibilidade e mudanças de preconceitos por parte das pessoas para com os que têm síndrome de Down.
“As crianças e adolescentes com síndrome de Down passam por alguns preconceitos, estando uns a estudar e outros fora do sistema de ensino”, disse, acrescentando que a maior parte desses continuam vivendo “os mesmos problemas de sempre”.
A Colmeia, que abraça cerca de 70 pessoas com Down, afirma debater com situações em que a estes são-lhes negado o exercício da sua cidadania e dos seus direitos por forma a usufruírem de uma vida normal, em que todos possam desfrutar de educação, saúde, lazer, arte, incluindo relacionamentos sociais, culturais e desportivos.
“As pessoas com síndrome de Down com pais em situação mais vulnerável a complexidade é ainda maior”, disse.
Para a responsável pela Associação Down do Amor, Carla Varela, a situação continua igual apesar de, sublinhar, lutar com amigos e parceiros para maior inclusão e visibilidade.
No ano 2022, no mês de Julho, a Associação Down do Amor proporcionou aos jovens com síndrome de Down uma formação sobre como fazer pizza com o objectivo de promover a inclusão e dar maior visibilidade.
Para assinalar o dia, a Colmeia (Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais) vai promover, nos Jardins do Palácio da República, uma actividade cuja acção é informar e divulgar temas que têm a ver com a educação, saúde, inclusão social e protecção social).
Consta ainda do programa de actividades recreativas, culturais e desportivas, exposição e venda do livro “O sonho de Laurinha”, da autoria de Carina Alves e quadros pintados pelos jovens com necessidades específicas.
Já a Associação Down do Amor vai promover uma palestra sobre o tema “Síndrome de Down”, na escola SOS de Fazenda.
O Dia Internacional da Síndrome de Down foi instituído pela Organização das Nações Unidas, em 2006, com objectivo de dar ampla visibilidade aos direitos das pessoas com “trissomia do cromossoma 21” contribuindo para melhor informar a sociedade e combater o preconceito.
A data serve ainda para dar voz às pessoas que vivem com síndrome de Down, combatendo assim a desinformação e o preconceito com a síndrome que, segundo especialistas, não é uma doença, mas uma condição genética que não impede a vida social normal da pessoa.
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