Cidade da Praia, 12 Set (Inforpress) – O pai da nacionalidade cabo-verdiana e uma das figuras mais importantes da história de Cabo Verde e da luta pela independência nacional, Amílcar Cabral, completaria hoje 99 anos se ainda estivesse vivo.
Amílcar Cabral nasceu em Bafatá, a 12 de Setembro de 1924, filho do professor Juvenal Lopes Cabral e de Iva Pinhel Évora. Aos oito anos a família mudou-se para Santa Catarina de Santiago onde fez o ensino primário.
Posteriormente mudou-se com a mãe e os irmãos para o Mindelo, São Vicente, onde, em 1943, terminou o curso liceal, no Liceu Gil Eanes.
Em 1944, mudou-se para a cidade de Praia (Santiago) onde começou a trabalhar na Imprensa Nacional.
Em 1945, consegue uma bolsa de estudos, ingressando no Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa. Cabral logo se envolve em reuniões de grupos oposicionistas, aderindo às teses marxistas, particularmente, ao lado de outros alunos vindos da África que conheceu na Casa dos Estudantes do Império.
Concluiu a licenciatura em 1950, trabalhando dois anos na Estação Agronómica de Santarém. Em 1952 vai para Bissau, contratado pelo Ministério do Ultramar como adjunto dos Serviços Agrícolas e Florestais da Guiné.
Em 1955, participa da Conferência de Bandung, envolvendo-se activamente na questão afro-asiática. Em 1956 juntamente com Aristides Pereira, o seu irmão Luís Cabral, Fernando Fortes, Júlio de Almeida e Elisée Turpin, fundou o Partido Africano da Independência (PAI), assumindo o cargo de seu secretário-geral.
Em 1962, o PAI muda a sua designação para PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) e, no ano seguinte, estabelece uma delegação na cidade de Conacri, iniciando a luta armada em 23 de Janeiro de 1963.
Nesse ano, Amílcar Cabral visita a República Popular da China onde se assume que a revolução deveria partir do campesinato. Em 1970, Amílcar Cabral, acompanhado de Agostinho Neto e Marcelino dos Santos, é recebido por Sua Santidade o Papa Paulo VI, em audiência privada.
A 20 de Janeiro de 1973 Amílcar Cabral foi assassinado na cidade de Conacri, na Guiné, a oito meses da declaração de forma unilateral, da independência da Guiné-Bissau.
Para celebrar o 99º aniversário de nascimento do herói nacional, a Fundação Amílcar Cabral em parceria com a Universidade de Cabo Verde promove hoje uma mesa redonda com jovens universitários.
O evento intitulado “Diálogo entre Gerações” visa não apenas homenagear Amílcar Cabral, mas também fomentar um diálogo intergeracional sobre os ideais e legado de Cabral no seio dos estudantes universitários, académicos e membros da comunidade.
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