Cidade da Praia, 04 Dez (Inforpress) – A Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) organiza hoje e sábado, 05, um ateliê de formação destinado a jovens profissionais da comunicação social sobre a sindicância digital, patrocinado pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).
Segundo o presidente da AJOC, Carlos Santos, em declarações à imprensa, esta formação estava prevista desde Fevereiro, mas o surgimento da pandemia da covid-19 no País fez com que fosse adiada.
“A ideia é dar algumas ferramentas aos jovens jornalistas e falar um pouco sobre a importância que hoje as tecnologias têm no trabalho destes profissionais”, disse Carlos Santos, para quem aqueles que as não dominam correm o risco de ficarem ultrapassados.
Segundo ele, neste contexto da pandemia constatou-se que as tecnologias são “importantes”, pois, afirmou, muitos jornalistas foram das redacções, mas “sempre na linha da frente” e viram-se obrigados a “aprender e apropriar-se de algumas tecnologias”, permitindo-lhes fazer os seus trabalhos, mesmo longe das redacções.
Para o presidente da AJOC, é preciso ter cada vez mais jovens jornalistas com as competências necessárias para o exercício de um jornalismo “mais moderno” baseado sobretudo num ambiente digital.
Revelou, por outro lado, que a FIJ lançou alguns desafios à AJOC no sentido de repensar o sindicato com vista a “mobilizar e incentivar” jovens jornalistas que estão nos online e têm outras competências, além de serem auditores de imagens e de vídeos.
Carlos Santos já pensa na abertura da AJOC a outros profissionais, além de jornalistas e equiparados, que estão na comunicação social produzindo conteúdos, sobretudo mediados por computadores.
Prometeu lançar estes temas à discussão na próxima assembleia geral da AJOC, prevista para Maio do próximo ano, em que será eleita a nova direcção.
Segundo Carlos Santos, a abertura da AJOC a outros profissionais nunca desvirtuará o papel da organização, enquanto “defensora e promotora da liberdade de imprensa”.
Em declarações à Inforpress, o director da Secção África da FIJ, Louis Thomasi, revelou que o projecto de recrutamento de jovens jornalista se iniciou em 2007, tendo sido contemplados, em 2018, os países francófonos, os anglófonos em 2019 e, agora, os países lusófonos, a começar pela Guiné-Bissau.
Louis Thomasi disse à Inforpress que ficou muito “entusiasmado” com a visita à Rádio de Cabo Verde, onde pôde verificar a transição dos sistema analógico para digital, além de ter constatado um número significativos de mulheres jornalistas que ali trabalham.
Esta formação é destinada a jovens jornalistas de diversos órgãos de comunicação social, tanto públicos como privados.
Hoje, foi convidada a secretária geral União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde – Central Sindical (UNTC-CS), Joaquina Almeida para falar sobre os desafios que os sindicatos enfrentam na organização dos jovens no sector digital e, também no mesmo dia, falou-se da experiência da AJOC, tendo como pano de fundo a necessidade de se recrutar jovens para a melhoria da sobrevivência dos sindicatos.
Para sábado, 05, foi convidado o Sindicato Democrático dos Professores (Sindeprof), que vai falar da sua experiência no espaço digital. Neste mesmo dia, a ex-presidente da AJOC, Carla Lima, abordará o tema abuso sexual online, bullying e trolling, que representam uma séria ameaça para mulheres jornalistas que trabalham on-line.
O encerramento vai estar a cargo do director da Secção África da FIJ, Louis Thomasi.
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