África tem que se libertar dos seus libertadores para que haja paz e desenvolvimento – Luís Filipe Tavares

Cidade da Praia, 08 Set (Inforpress) – O vice-presidente MpD Luís Filipe Tavares afirmou hoje que África tem que se libertar dos seus libertadores para que haja paz e desenvolvimento, acrescentando que “sem democracia a África não avançará”.

O também ex-ministro dos Negócios Estrangeiros falava enquanto orador na conferência “Instabilidade política do Sahel – casos da Somália, Níger, Burkina Faso e Mali”, realizada na cidade da Praia, no quadro da reunião da Internacional Democrata do Centro África (IDC-África), sob a presidente do Movimento para a Democracia (MpD).

O ex-governante cabo-verdiano afirmou que África está confrontada com vários problemas, com particular realce para os problemas do funcionamento da democracia, da governança e instituições frágeis e do não funcionamento do Estado de direito.

“Africa precisa de novas lideranças fortes, tem que resolver definitivamente o problema com a sua história e avançar. Não vai ser fácil, mas acredito que a via diplomática é única possível para resolução dos conflitos em África e, sobretudo, nós temos que trabalhar todos, as lideranças africanas para promover o Estado de direito, fazer funcionar a democracia, porque sem democracia a África não avançará”, acrescentou.

Por outro lado, realçou que as empresas militares e paramilitares de diversos pontos do mundo estão a desestabilizar a África e a região do Sahel e chamou a atenção da comunidade internacional, que, afirmou, tem uma “responsabilidade muito grande” no sentido de   trabalhar com os Estados e fazer com que os mesmos funcionem.

“Há muitos Estados falhados na nossa sub-região, infelizmente por diversas razões e não devemos perder a esperança de continuar a trabalhar no quadro das Nações Unidas, no quadro das instituições africanas da CEDEAO, da União Africana para promovermos paz e a estabilidade no nosso continente que são condições fundamentais para o seu desenvolvimento”, declarou Tavares.

“Tem de haver democracia tem que haver diálogo, a diplomacia tem que funcionar”, continuou considerando que o trabalho feito pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tem sido consistente, privilegiando sempre a via diplomática.

Falando sobre o papel de Cabo Verde, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros salientou que nessa matéria o País tem tido uma posição “muito clara”, marcada por congregação de pontos de vista tanto do Governo como do Presidente da República.

“É bom que assim seja e continue a ser, porque a voz de Cabo Verde é sempre uma voz ouvida, uma voz que pode ajudar na resolução dos conflitos aqui em África.  Cabo Verde é um país democrático onde existe liberdade de imprensa, liberdade geral e podemos ajudar dialogando com todas as partes e trazendo sempre o nosso contributo na perspectiva de haver mais democracia e funcionamento do Estado de direito em Africa”, sustentou.

A conferência sobre Instabilidade no Sahel contou igualmente com uma mesa redonda com apresentações de Abshir Ferro, presidente do AFP de Somália, do professor Abdi Abdiwahab, do presidente da CPD de Burkina Faso, Eddie Komboigo e Presidente da RNDT do Tchad, Albert  Pahim.

A reunião da IDC- África, sob presidência do Movimento para a Democracia (MpD), tem a duração de dois dias e conta com a participação de mais de 50 participantes, entre líderes políticos, académicos e outras personalidades de 15 países.

Para além da “Instabilidade Política em África” tem como tema de destaque a “Digitalização e Inteligência Artificial”

MJB/AA

Inforpress/Fim

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