Cidade da Praia, 26 Jun (Inforpress) – A Associação dos Deficientes Visuais de Cabo Verde (ADEVIC) solicitou hoje que as aulas do próximo ano lectivo (2020/2021) do projecto “Aprender e Estudar em Casa” inclua áudio-descrição para os alunos cegos.
O pedido é do presidente da ADEVIC, Marciano Monteiro, em declarações à Inforpress, para falar sobre o quadragésimo terceiro aniversário da escola dos cegos “Manuel Júlio” que se assinala hoje, 26.
Marciano Monteiro que lamentou algumas falhas nas primeiras aulas do projecto pensado para fazer face à pandemia da covid-19, sublinhou que a escola inclusiva não pode “deixar de a ser agora”, visto que é preciso cumprir a agenda 2030 sem deixar “ninguém para trás”.
Referiu ainda que, devido a covid-19, tiveram que encerrar a escola e mandar os residentes de volta às famílias, que por sinal não dominam os conteúdos abordados nas aulas do projecto “Aprender e Estudar em Casa” para transmitir aos seus.
Mesmo reconhecendo que o conteúdo educativo é comum a todos, admite que para um cego o melhor canal de aprendizagem seria via radio.
E, relação ao aniversário da escola “Manuel Júlio”, aquele presidente avançou que tem funcionado, sempre, com “altos e baixos” devido a problemas financeiros e outros.
Questionado sobre o ano escolar 2019/2020 que acabou por ser interrompido devido à pandemia, sublinhou que os resultados poderiam ser melhores em termos de sucesso escolar, tendo em consideração que em 2018/2019 a taxa de sucesso rondou os 80 (%) por cento do pré-escolar ao secundário.
Promete, no entanto, junto das autoridades competentes, tudo fazer para que os alunos da escola “Manuel Júlio” não fiquem à margem do sistema de ensino.
A Escola “Manuel Júlio” começou a funcionar em 1977, na altura apenas com dois alunos, foi oficializado em 26 de Junho de 1993, mas vem funcionando a volta de vários desafios para a sua modernização visando acompanhar o sistema educativo e servir os membros da Associação dos Deficientes Visuais de Cabo Verde (ADEVIC).
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Inforpress/Fim