Cidade da Praia, 26 Mai (Inforpress) – A Associação de Deficientes Visuais de Cabo Verde (ADEVIC) denunciou, hoje, na Cidade da Praia, a “falta” de acessibilidade e informações catalogadas no país para pessoas com deficiência visual nos museus e hotéis.
Marciano Monteiro, que falava em exclusivo à Inforpress sobre a questão da acessibilidade dos deficientes visuais aos museus do país, defendeu que os projectos de construção e funcionamento dos espaços públicos e de estadia devem incluir a preocupação com a acessibilidade, visando incluir as pessoas com deficiência.
Os museus de Cabo Verde, reitera Marciano Monteiro, “não oferecem ainda um roteiro turístico e nem possuem um guia em braille”, para pessoas invisuais, ou com baixa visão.
“Existem museus, mas não existe acessibilidade o que faz com que pessoas com deficiência, neste caso visual, fiquem à margem do que existe no espaço. É difícil visitar um museu sabendo que não existe nenhum descritivo em braille sobre o que existe para que eu possa ter informações”, disse.
“Perante esta situação, nós os deficientes visuais ficamos à margem dessa realidade, pelo que acreditamos que deve haver um trabalho muito forte, que passa pelo governo central e câmaras municipais, no sentido de garantirem às pessoas com deficiência visual o direito de ter acesso a (…)”, advogou.
O presidente da ADEVIC, aponta, ainda, outras situações e locais que deveriam ter informações que facilitasse a inclusão e o acesso às pessoas com deficiência.
Neste caso, fez menções a hotéis e restaurantes, onde não existe adaptação para que os deficientes possam ter acessibilidade, tanto no que se refere a menus elaborados em braile, para que a leitura seja possível aos cegos, como nas rampas de apoio.
“Sem estas ferramentas que ajudam no acesso é impossível que os deficientes, incluindo os visuais, façam um turismo de conhecimento dentro do seu país. E isso dificulta, também, a possibilidade de um estrangeiro com deficiência fazer turismo em Cabo Verde”, alerta.
Para Marciano Monteiro é “importante” incluir a acessibilidade em lugares de grande circulação como é o caso dos museus e hotéis, aplicando medidas que deixam o local mais inclusivo e seguro, como placas de sinalização em braile, sinalização tátil e visual de piso, rampas portáteis, entre outras.
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Inforpress/Fim