Cidade da Praia, 28 Mar (Inforpress) – O presidente da Associação para a Defesa do Ambiente e Desenvolvimento (ADAD), Januário Nascimento, defendeu hoje uma “maior articulação” entre os diferentes parceiros para uma “verdadeira fiscalização” da Zona Económica Exclusiva (ZEE) de Cabo Verde.
Januário Nascimento falava aos jornalistas na sequência da realização, na Cidade da Praia, de um ateliê sobre questões de planeamento espacial marinho em Cabo Verde, promovido em parceria com a IUCN e a APPEL, no âmbito do programa de apoio à rede regional dos parlamentares e representantes locais eleitos para uma conservação do litoral da África Ocidental.
Aquele representante da associação ambiental cabo-verdiana considera que “infelizmente” a fiscalização é “o calcanhar de Aquiles” em Cabo Verde, e afirmou que apesar do país ter muitas leis “elas não são aplicadas”.
“Torna-se necessária a implementação da legislação, mas também criar as condições para tal. Para isso é preciso a mobilização dos recursos financeiros, preparação do todo o pessoal, mas o que é muito importante aqui também é uma articulação entre os diferentes parceiros”, disse.
“Nós temos a polícia marítima, a guarda costeira, os pescadores que desempenham um papel muito importante. Neste aspecto entendemos que é preciso fazer mais trabalho, articulação com os diferentes parceiros para que possa haver uma verdadeira articulação e uma verdadeira fiscalização na nossa zona económica exclusiva e também na nossa zona costeira”, acrescentou.
A ADAD, conforme adiantou, tem já em curso, na ilha da Boa Vista, um projecto de conservação de zona costeira marinha, pelo que se vai agora desenvolver outros em sinergia com o programa de conservação do literal da África Ocidental, tendo em vista a importância da zona costeira em Cabo Verde.
“Pode-se dizer que mais de 70% da população vive nas zonas costeiras, mas ela também tem muitos desafios e Cabo Verde vai de facto estar presente e vai ganhar muito com o plano conservação das zonas marinhas e costeiras”, perspectivou.
No quadro do ateliê, nesta sexta-feira vão ser apresentados os estudos ligados à preservação das zonas costeiras e a atlas cartográfica do direito ambiental, marinho e costeiro.
O ateliê, que tem a duração de dois dias, incide sobre a planificação espacial marítima, os desafios do sector das pescas, o roteiro para o trabalho legislativo no domínio do ambiente marinho e costeiro e a politica das pescas e da pesca artesanal em Cabo Verde.
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