Sal/Ano Lectivo: Abertura marcada pelo desrespeito por directrizes elementares do caderno de orientações – PAICV

Espargos, 22 Set (Inforpress) – A Comissão Política do PAICV no Sal, considerou hoje que a abertura do ano lectivo está marcada pelo “desrespeito” por directrizes elementares do caderno de orientações do “próprio” Ministério da Educação para o presente ano lectivo.

Démis Almeida, líder do PAICV local, fez essas declarações durante uma conferência de imprensa desconcentrada, desta feita em Pedra de Lume, na Escola Ildo Lobo, que se encontra em avançado estado de degradação, para fazer o balanço de abertura do ano lectivo 2021/2022 na ilha do Sal.

Ao fazer essa análise, Démis Almeida apontou preocupações, nomeadamente no que toca ao rácio aluno/turma que deve ser de 30 alunos por turma, mas aquilo que se verifica, conforme referiu, é que tanto no Complexo Educativo Manuel António Martins (CEMAM), mas sobretudo na Escola Básica Olavo Moniz (EBSOM), as turmas estão “com excesso” de alunos, isto é, mais de 40 discípulos por turma, havendo mesmo turmas com 50 alunos.

“Mas é preciso também dizer que há alunos que ainda não estão colocados nas turmas, nomeadamente do 9º e 10º anos. Portanto, há turmas de 50 alunos e há alunos que não estão colocados por falta de espaço para que possam frequentar as aulas”, comentou.

Segundo a mesma fonte, trata-se de uma “violação grave” das recomendações relativas “à qualidade e à excelência” da educação.

“É impossível transmitir conhecimento nestas condições”, considerou, acusando o Governo de estar “a falhar de forma absolutamente clamorosa”, relativamente à planificação do ano lectivo.

“Esta situação é recorrente. O déficit do parque escolar no Sal é antigo. Portanto, o Governo deve tomar medidas urgentes de forma a dotar a ilha de mais salas de aula, mais professores, para podermos reduzir o rácio/aluno/turma/professor, que estão intimamente ligados (…), isso como medida emergencial”, observou.

Mas como medida de fundo, prosseguiu, destacando a necessidade de se construir um novo complexo educacional na cidade dos Espargos e de se reequacionar o parque educacional de Santa Maria, que também “já está saturado”, apesar do CEMAM ser de 2016.

Segundo Démis Almeida, associado a essa “violação grosseira” dos limites do rácio aluno/turma, está também a “violação de regras” que se prendem com o distanciamento físico entre alunos e entre alunos e professores, regras que considera “basilares” na prevenção e combate da pandemia da covid-19.

“Não se está a respeitar o distanciamento de um metro, as carteiras são bi-pessoais, há um distanciamento de escassos centímetros entre alunos, as salas estão sobrelotadas e há denúncias de alunos e professores da inexistência de condições para se fazer a higienização, nomeadamente das mãos à entrada das salas de aula, designadamente no Complexo Educativo Manuel António Martins”, sustentou.

Démis Almeida reiterou, para concluir, que a abertura do ano lectivo no Sal, para além de outras questões que se colocam, está intimamente ligado “ao atropelo” a directrizes básicos e elementares e às medidas de prevenção e de combate à pandemia da covid-19.

SC/HF

Inforpress/Fim

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