Assomada, 25 Mai (Inforpress) – O Dia da África foi assinalado hoje em Santa Catarina, na Ilha de Santiago, com um debate para “reflectir sobre África, a consciência africana, o passado, o presente e o futuro do continente” e uma exposição de pintura.
O debate, que contou com oradores locais, é organizado pela Associação Eco-reggae em parceria com a Câmara Municipal de Santa Catarina e a exposição de pintura intitulada “Hidden Strean” (Fluxo oculto, em português) que vai estar patente até 10 de Junho, pelo Departamento de Ciências da Educação, Filosofia e Letras da Universidade de Santiago (US).
À Inforpress, o presidente da Eco-reggae, Samory Cassama, informou que pretendem com esta actividade consciencializar os santa-catarinenses sobre esta data “significante” e “atrair” um pouco de “africanismo” para as suas vivências, tendo em conta que, segundo ele, “muitos cabo-verdianos ainda não aceitam ser africanos”.
Por outro lado, lamentou o facto de em Assomada estarem a viver pessoas de muitas nacionalidades, mas que, no entanto, são os imigrantes da Costa Ocidental africana os “mais discriminados e vistos com outros olhos”.
Dificuldades em adquirir a nacionalidade e residência continuam a ser os “maiores problemas” desses imigrantes que, na sua maioria, vive no comercial informal naquele concelho do interior de Santiago.
“Objectivação, subjectivação e intersubjectivação”, “Teoria do desenvolvimento”, “Berço e a energia para o equilíbrio mundial”, “Vencendo complexo e auto-piedade”, “Desmontagem do descobrimento e colonialismo”, são os temas debatidos.
A outra iniciativa, promovida pela US, conforme o chefe do Departamento, Luís Rodrigues, é uma oportunidade de mostrarem aos alunos que a arte não é somente a música – a mais comercial que tem chegado a eles de forma espontânea, sobretudo, através da internet e televisão – mas que há outras manifestações que devem conhecer.
Para ele, a exposição do artista Carlos Lopes “é relevante” para a história de Cabo Verde e de África, tendo em conta que fala sobre a Revista Claridade, Tarrafal (1936 e 1940) com referência aos Rebelados e ainda por trazer quadro evocativo da escravatura, que “descreve todo o sofrimento do povo africano”.
“Esta exposição é uma forma de perpetuar a história de África e de Cabo Verde”, enfatizou.
FM/CP
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