Mindelo, 18 Nov (Inforpress) – O presidente da Liga Independente dos Grupos Oficiais do Carnaval de São Vicente (LIGOC-SV) admitiu hoje, no Mindelo, que não subscreve a “decisão imprópria” do conselho deliberativo de anunciar a não realização dos desfiles oficiais.
Marco Bento firmou a sua posição hoje em conferência de imprensa realizada em conjunto com o presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves.
“A direcção executiva não subscreve integralmente a posição do conselho deliberativo”, ressaltou.
Entretanto, disse reconhecer a legitimidade das preocupações avançadas pelos grupos, Monte Sossego, Estrela do Mar, Vindos dos Oriente e Samba Tropical, que reunidos no conselho deliberativo da liga, na semana passada, anunciaram que não vai haver desfile oficial este ano e alegaram constrangimentos de várias ordens por que estão a passar.
Mas, segundo Marco Bento, “a decisão é “imprópria e não reflecte a totalidade das posições internas” da LIGOC-SV e da Câmara Municipal de São Vicente.
Explicou que, segundo os estatutos da liga, o conselho deliberativo não tem funções executivas, nem de representação institucional.
“É um órgão interno da LIGOC-SV, não comunica decisões finais para o exterior, todas as deliberações tomadas em assembleia são submetidas à direcção executiva para apreciação e decisão final, em concertação com a câmara municipal”, elucidou.
Marco Bento disse que a “postura intransigente” do conselho deliberativo está a comprometer o diálogo com a edilidade que credenciou a liga para organizar artisticamente o Carnaval de São Vicente, em protocolo assinado a 26 de Maio de 2016.
Entretanto, a actual situação pode, conforme a mesma fonte, abrir caminho para o rompimento do acordo e a possível extinção da LIGOC-SV.
Um cenário que, assegurou, ninguém deseja e por isso a direcção executiva “vai continuar a trabalhar para soluções e não para rupturas”.
“A direcção executiva reafirma que os grupos Cruzeiros do Norte e Flores do Mindelo, bem como qualquer outro que não se revê na posição do conselho, tem pleno direito de participar dos desfiles”, sustentou Marco Bento.
Da parte da direcção executiva, afiançou, vai garantir que nenhum grupo seja impedido de desfilar e compromete-se a criar todas as condições logísticas e administrativas necessárias.
Mais ainda, compromete-se a garantir o enquadramento institucional e que o desfile decorra com “dignidade, segurança e organização”.
Questionado sobre o tranche que já foi enviado a todos os grupos pelo Ministério da Cultura, Marco Bento confirmou que se destina a preparativos do Carnaval de 2026 e que caso os grupos não participarem deverão devolver o montante.
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